photo credits: http://www.ericofon.com
Quando Lars Magnus Ericsson (1846-1926) fundou em 1876 a sua oficina de reparações de telégrafo estava, sem o saber, a criar as fundações de um império de telecomunicações (que há pouco tempo, aliás, se associou a um gigante devorador japonês chamado Sony), hoje materializado nesse pequeno e inseparável gadget chamado telemóvel. O que pouca gente se lembra, ou mesmo não sabe, é que a L. M. Ericsson atingiu o seu expoente máximo com o aparelho desenvolvido por Gösta Thames, Hugo Blomberg e Ralph Lysell entre 1940 e 1954 designado Ericofon. Tratava-se de um telefone que se pretendia leve, pequeno e simples de usar, que integrava o microfone, o auscultador e o disco (as teclas viriam mais tarde) numa só peça com um design tão futurista que não era raro vê-lo figurar como adereço de séries de televisão e filmes, sempre em ambientes sofisticados ou até de ficção científica.
O Ericofon sofreu algumas pequenas alterações ao longo dos mais de 30 anos em que se manteve no mercado: a primeira série (hoje designada por old case) começou a ser produzida em 1954. Por volta de 1960 foi introduzida uma 2ª série (new case) com os telefones um pouco mais curtos e com um ângulo mais fechado. Estes telefones acabaram por sofrer uma ligeira alteração na frente do auscultador, corrigindo o ângulo do aparelho em relação ao ouvido para um ângulo semelhante aos da 1ª série. Apesar destas alterações, a forma original e o conceito subjacente ao design mantiveram-se, e em 1976, para comemorar o centenário da empresa, foi lançado o Ericofon 700. Este modelo, com um design mais rectilíneo, acabou por se revelar um fracasso de vendas, tendo hoje interesse apenas para coleccionadores.
Não é muito difícil nem excessivamente caro adquirir um Ericofon, seja em antiquários (os mais vocacionados para objectos dos anos 50/60), seja em lojas online. Acima de tudo, se - tal como eu - não se sente como peixe na água a restaurar e/ou reparar aparelhos telefónicos, é importante ter a certeza que se encontra em bom estado exterior e a funcionar. Vale a pena, penso eu, tê-lo não só como objecto decorativo, mas prescindir de vez em quando da "liberdade" dos sem-fios e dar-lhe um uso normal em casa, como complemento dos aparelhos com funcionalodades mais modernas, pois o Ericofon, ontem como hoje revela-se nas suas mais de 20 cores (do verde-água "Crystal Mint" para os mais arrojados ao bege "Sahara" para os mais discretos) como um telefone divertido para exibir mas também para usar. Eu escolhi o "Mandarin Red" e comprei-o aqui.
When Lars Magnus Ericsson (1846-1926) founded his telegraph repair workshop in 1876, he was, without realising it, creating the ground for a telecommunications empire (which actually merged with a Japanese devouring giant called Sony, a little time ago), today materialised in that small inseparable gadget named mobile phone. The thing is, few people remember, or maybe don’t know, that L. M. Ericsson reached its peak with the device developed by Gösta Thames, Hugo Blomberg and Ralph Lysell between 1940 and 1954 called Ericofon. It was a telephone intended to be light, small and easy to use, which integrated the microphone, the earpiece and the dial (push-buttons would arrive later) in a single piece with a design so futuristic that it could often be seen as a prop in TV series and films, always in sophisticated environments, or even science-fiction.
The Ericofon suffered some minor changes throughout the more than 30 years that it remained in the market: the first series (today designated as old case) started its production in 1954. Around 1960, a second series (new case) was introduced with phones slightly shorter and with a more closed angle. The latter ended up suffering a slight change in the front of the earpiece, which corrected the angle of the device, in relation to the ear, to an angle similar to the old-case models’. Despite these changes, the original shape and the concept underlying the design were kept, and in 1976, to celebrate the company’s centennial, the Ericofon 700 was released. This model, with its more squared shape, ended up as a sales failure, and today is only valuable for collectors.
It isn’t very hard or excessively expensive to purchase an Ericofon, whether it be in antique/vintage shops (those more directed to objects from the 1950s-60s), or in online stores. Above all, if - just like me – you don’t feel very comfortable restoring and/or repairing telephone devices, it is important to make sure that it is in external good condition and working. It is worth, I think, to have it not only as a decorative object, but to renounce, once in a while, the “freedom” of the cordless phones and use it at home, to complement the devices with more modern functions, since the Ericofon, today like yesterday, reveals itself in its more than 20 colours (from the "Crystal Mint" green for the boldest, to the "Sahara" beige for the more discreet) as a telephone that is great fun both to exhibit and to use. I’ve chosen the "Mandarin Red" and bought it here.
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